domingo, 1 de setembro de 2013

Radialista: Profissão de risco

Desde que inventaram o radio, o radialista é um  profissional sujeito a violência. Virou uma profissão de risco depois que o rádio deixou de ser apenas entretenimento e passou a produzir jornalismo investigativo na defesa dos interesses do povo.

Vários profissionais, principalmente da região nordeste perderam a vida, vitimas de bandidos desmascarados em reportagens. Radialista e jornalista estão no topo da lista dos profissionais sujeitos a violência.

Já não causa surpresa notícia sobre atentados contra radialistas que desagradam políticos, bandidos e outros assemelhados, com suas reportagens, comentários e críticas na programação radiofônica.

No nordeste brasileiro, onde os radialistas são figuras extremamente populares e queridas, muitos deles tem fortes ligações com emissoras de rádio controladas por políticos, que estão crescendo em número através do interior, freqüentemente em desacordo com a lei.

Francos e altamente partidários, estes comentaristas também se tornaram alvos da violência, fazendo do Nordeste brasileiro uma das regiões mais fatais para jornalistas nas Américas.

Pelo interior do Nordeste, radialistas costumam se envolver em política, fazendo campanha para aliados com ardor, atacando com ímpeto seus rivais e usando as ondas do rádio como um trampolim para as suas próprias aspirações políticas.

Outras vezes são incisivos e firmes em denúncias contra traficantes, homicidas, latrocidas e outros tipos de criminosos, em programas de jornalismo policial.

Ainda assim, esses radialistas se tornam também depositários das esperanças e expectativas da população pobre, dando voz aos seus problemas cotidianos e intervindo diretamente para fornecer assistência.

Todo o Brasil pode ser perigoso para radialistas e jornalistas. Repórteres que trabalham em grandes centros políticos e econômicos, como Brasília, São Paulo, e Rio de Janeiro correm risco sempre que informam sobre crime organizado, tráfico de drogas e corrupção política. Mas, no interior do Nordeste, jornalismo, política e assuntos municipais fundem-se de forma rara e volátil expondo jornalistas a assassinatos.

A região Nordeste do Brasil é constituída por nove Estados: Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia. A região abrange uma área de 1.554.257 km2, a qual abriga cerca de 53.081.950 habitantes, sendo a segunda mais populosa do território brasileiro.

A região abriga a população mais pobre do país, e é onde a distribuição da riqueza é mais desigual. A violência é comum. O Ceará é conhecido como um refúgio para seqüestradores e pistoleiros profissionais. Tanto no Ceará como em Pernambuco, grupos de extermínio compostos por ex-policiais e oficiais na ativa fazem justiça com as próprias mãos. Os cidadãos contam com empregos, principalmente, nos governos municipais e entidades públicas.

POR: Jamur Junior, Carlos Lauría e Sauro González Rodríguez.

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